— Boa noite senhor, gostaria do que para beber? — Assim me recebe o barman
— Um cosmopolita por favor. — Falo parando no balcão, sei que a deusa de olhos cinza vira atrás de mim, agora sei o nome dela, Phoebe, Phoebe Grestone. Se ela soubesse que esteve nos meus sonhos.
— Aqui senhor. — O barman me entrega a bebida no momento que ela chega ao bar, parando a duas pessoas de mim. Sorrio e chamo o barman.
— Sim senhor, gostaria de mais alguma coisa?
— Sim, está vendo aquela senhorita de vestido verde? — Pergunto e espero ele confirmar com a cabeça. — Entregue um drink sem álcool para ela, e não dei nada alcoólico para ela. — Falo entregando uma nota de cem dólares a ele, que sorri e faz o que peço.
Olho disfarçadamente a reação de Phoebe, ela nega com a cabeça e faz que vai pedir outra coisa, o barman balança a cabeça em negação e ela insiste, por fim o barman aponta para mim e se afasta. Vejo seus olhos se deslocarem para os meus, ela me olha com um misto de raiva e desafio, pega o drink e começa a vim na minha direção.
— Muito engraçado senhor Cunning, mas para sua tristeza eu já sou maior de idade e posso beber qualquer bebida alcoólica. — Fala parando na minha frente desafiadoramente. — Agora poderia dizer para esse barman de merda que pode me dar uma taça de champanhe? — Phoebe coloca o drink no balcão perto do meu e cruza os braços.
— Não. — Respondo secamente. — Não quero que você beba nada alcoólico. — Me viro e pego o copo com o drink e o coloco entre suas mãos. — Agora seja uma boa menina e tome o que eu te dei. — Phoebe me olha como fosse me matar a qualquer instante. Ela trinca os dentes, coloca o copo que eu havia colocado em suas mãos no balcão e pega o meu, seguro sua mão antes dela poder colocar a taça nos lábios. — Phoebe eu não gosto que me contradigam. — Pego meu cosmopolita da mão dela e o tomo de uma única vez, coloco a taça no balcão sem soltar o braço de Phoebe e pego o copo com o coquetel que o barman a entregará. — Abra a boca. — Falo levando o copo a te a sua boca, ela a mantém fechada. — Phoebe eu estou pedindo para você abrir a boca livremente, se você não o fizer eu terei que fazer. — Falo firmemente.
— Eu não quero esse negócio, eu não vou beber isso. — Diz por entre dentes abrindo a boca o suficiente para eu colocar o copo contra seus lábios e despejar um pouco da bebida em sua boca.
— Doeu? — Pergunto afastando o copo e o colocando no lugar novamente.
— Nunca mais faça isso, você não manda em mim! — Exclama Phoebe tentando soltar o braço. — Me solte agora Cunning!
— Phoebe esse cara está te incomodando? — Pergunta um cara que se não me engano é irmão de Phoebe. — Cunning se você não tira as patas da minha irmã agora, eu vou quebrar a sua cara aqui mesmo.
— Teddy, fica calmo, eu posso me defender sozinha. — Murmura Phoebe torcendo o braço em mais uma tentativa de se soltar, eu continuo a segurar o braço dela.
— Eu tenho uma ideia melhor Grestone, que tal você voltar para a sua noiva e deixar a sua irmãzinha em paz. — Falo sustentando o olhar. — Ninguém te quer por aqui Teddy.
— Eu não te dei permissão para me chamar de Teddy, e se você fizer isso novamente eu vou...
— Me bater? — Digo o interrompendo. — Pode vim, não tenho medo de um filhinho de papai. — O vejo cerrar o punho, percebo também o olhar horrorizado de Phoebe, que aparenta não saber o que fazer. Acabo me distraindo tempo demais e só percebo o soco de Theodore quando ele me atinge em cheio no queixo.
— Solta a minha irmã seu merdinha. — Fala com deboche, coloco Phoebe para trás e sem pensar dou um gancho de direita em Theodore, a partir desse momento tudo vira um borram, Theodore se lança contra mim e eu contra ele, trocamos ganchos e Jebs, nos rostos ou nas costelas um do outro, escuto o murmúrio de horror das pessoas a nossa volta. Não me importo com os gritos de suplica de Phoebe, me lanço contra Theodore e o derrubo no chão, começo a socar seu rosto só que ele se defende e em um minuto de distração ele me acerta e invertemos de posição, me defendo e na primeira oportunidade me esquivo no chão e levanto, vou novamente para cima dele quando uma mão segura o meu ombro.
— Que merda é essa Spencer, você está pensando que está em um ringue de luta? — Questiona meu pai.
— Ele que provocou, eu estou apenas me defendendo.
— Não seja um mentiroso seu merda. — Grita Theodore. — Esse merda estava abusando da minha irmã.
— Theodore isso não justifica isso. — Fala Christopher Grestone. — Dos herdeiros se comportando como animais, é assim que pretendem serem donos de alguma coisa?
— Spencer você vai se desculpar agora. — Fala meu pai me lançando um olhar desaprovador.
— Eu não vou me desculpar, ele que veio para cima de mim. — Falo encarando meu pai. — Se alguém tem que pedir desculpas é ele e não eu.
— Spencer eu não estou te dando a opção de não se desculpar, isso é uma ordem. — Meu pai aperta a mão que está sobre o meu ombro. Sei que não o fizer terei que pagar de alguma forma, então respondo com um simples sim senhor, e vou até Theodore.
— Me desculpe. — Falo o encarando.
— Aceito suas desculpas e também lhe peço desculpas. — Concordo com a cabeça e me volto para meu pai.
— Satisfeito Cunning? — Meu pai apenas me lança um olhar de desaprovação, e me viro e vou em direção ao banheiro ignorando os olhares de todos sobre mim.
O corredor do banheiro está vazio, aqui o piso é de mármore preto, com uma decoração diferente da entrada, começo a passar pelo corredor quando ouso o barulho de saltos no piso, penso que sem dúvidas é minha mãe, então não paro até entrar no banheiro, sei que ela nunca entraria lá, mas quando ouso a porta bate eu me viro e vejo Phoebe invés da minha mãe.
— O que você está fazendo aqui? Veio me humilhar ainda, mas? — Pergunto me virando para o espelho para analisar o meu rosto.
— Te humilhar? — Pergunta Phoebe parando do meu lado. — Nenhum cara enfrentou meu irmão por minha causa, eu vim te agradecer e ver se você está bem.
— De nada e sim, eu estou bem, agora pode sair. — Pego algumas folhas de papel e as umedeço, então começo a passar pelo filete de sangue que sai da minha sobrancelha.
— Deixa que eu faço isso. — Fala Phoebe tomando o papel da minha mão, ela tira da bolsa um lenço e um vidrinho de álcool antisséptico. — Vai arder um pouco. — Fala embebedando o lenço em álcool e o passando na minha testa, sinto o pequeno corte arder, mas fico impassível.
— Eu irmão sabe que você está aqui?
— Teddy não é meu pai, então não lhe devo satisfações. — Phoebe para de limpar o corte é volta a mexer na bolsa, uma coisa pequena e brilhante que aparente mente carrega mais coisas do que o cinto de utilidades do Batman, ela tira um curativo e o coloca sobre o corte, ela olha para outro ponto do meu rosto e sorri.
— Pelo visto entrou em outra briga hoje, não é? — Sorrio a me lembrar do outro corte na minha testa.
— Não foi bem uma briga, me pegaram distraído. — Phoebe sorri e acaricia o meu rosto. — Obrigada Grestone.
— Me chama de Phoebe, prefiro assim.
— Como quiser Phoebe, não queria causar essa impressão ruim a você. — Falo a olhando nos olhos. — Me desculpe por força-la a beber aquele coquetel.
— Eu gostei, e não tenho que te desculpar por nada, o Teddy que agiu errado. — Ela sorri e desvia o olhar. — Não se preocupe, você causou uma boa impressão para mim.
Quando Phoebe fica na ponta dos pés e me dar um selinho, eu tento me segurar para não tomar os lábios dela em um beijo mais intenso, mas fico satisfeito com o simples toque do lábio dela, ela sorri e sai do banheiro, fico olhando a porta se fechar. Olho para pia onde percebo o lenço que Phoebe usou para limpar o corte, o pano está sujo de sangue então o coloco debaixo da bica e a ligo, deixo a água levar o sangue e pego o lenço, percebo que ele tem as letras P, S e G, bordadas na ponta, torço o lenço e o coloco no bolso do terno. Me olho e tento realinhar minha roupa, assim que consigo saio do banheiro e me pego cara a cara com Christopher Grestone.